A colagem de Thaís Melo, que
representa o Hall de Escola de Arquitetura por meio de cores e texturas, foi
composta por recortes de revistas fixadas sobre um papel-base no formato A4. O
espaço foi completamente coberto por figuras as mais diversas. Entre elas
destacam-se cientistas como Johannes Kepler e Isaac Newton, além de um
astronauta, que poderiam ser interpretados como representantes da produção e
discussão do conhecimento no ambiente acadêmico que o Hall representa. Para
além dessas figuras, temos também a presença de esportes, como futebol, natação
e beisebol, possível referência à presença do balcão da Atlética no Hall da
escola no período em que a colagem foi solicitada. Esse conjunto em que
atividades físicas e cientistas são postos lado a lado pode trazer-nos à
memória a máxima greco-romana "mente sã num corpo são", que propõe
uma formação integral do indivíduo, em que os aspectos físicos e intelectuais
são importantes, algo que a universidade, e o Hall como sua metáfora, com a
ampla gama de atividades que oferece, simboliza e pretende desenvolver.
Além disso, há a presença de
elementos que possuem, aparentemente, pouca relação com o Hall, como uma
garrafa de refrigerante e um alienígena. Tais elementos poderiam simbolizar a
diversidade que o ambiente universitário representa para aquele que inicia o
contato com ele.
Todos os elementos acima
descritos foram posicionados com ordenações diversas; alguns verticais, tortos
para a esquerda e direita, horizontais e até de cabeça para baixo. Essa
sobreposição de figuras colabora para a criação do aspecto diverso que a
temática das imagens (como examinado acima) também indica. Contudo, acima da
superfície plana de colagens, erguem-se duas massas, também de papel de
revista, que dão tridimensionalidade à colagem e delineiam uma curva que lembra
as formas desenvolvidas na escada, chão e balcão do Hall. Essa curva, a
referência mais concreta ao Hall, parece unir todos os fragmentos de imagens,
sendo palco para toda a variedade já descrita de representações, instrumento que
serve ao conhecimento, lazer, convivência e a outras demandas dos estudantes e
professores, uma metáfora representada, possivelmente, pela palavra “pessoas”.
O teor resumitivo dessa metáfora pode estar por trás da escolha de sua posição:
como a leitura ocidental das imagens ocorre de cima para baixo, nossa tendência
seria de observar todas as diversas imagens antes de chegar à palavra que as
representa. O Hall serve e metaforiza as diversidades do ambiente
universitário, esse só sendo diverso por se formar pela interação entre
pessoas.
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